Richard Romancini
Costuma-se dizer, hoje em dia, que todos devem “aprender a aprender”, ao longo da vida. Se esse é um bom conselho, mais válido ainda o é para os professores. Nesse sentido, o aprendizado pelo consumo crítico da investigação acadêmica é uma habilidade importante para os docentes. O professor que acompanha a pesquisa nos temas em que tem interesse é beneficiado, no mínimo, duplamente: pode obter conhecimentos que aperfeiçoem suas práticas e ver que “não está sozinho” – muitas dificuldades são descritas em investigações educacionais.
Esse preâmbulo ao tema “Facebook e educação” se justifica pelo fato da discussão estar baseada na consulta à literatura. Pois bem, o que dizem as pesquisas sobre o assunto?
A revisão de estudos empíricos de Hew (Students’ and teachers’ use of Facebook, Computers in Human Behavior, v. 27, 2011, p. 662–676) organiza um número já expressivo de pesquisas (36) em três grandes tópicos de discussão: o uso que os estudantes fazem do Facebook, os efeitos deste uso e as atitudes dos estudantes quanto a essa rede social. Como nota o autor, existe socialmente uma divisão entre os defensores do Facebook e seus efeitos na educação e os críticos, que ressaltam a influência negativa do gasto de tempo excessivo em atividades sem relação com o estudo formal. No entanto, ao verificarmos o que se passa na realidade, pelas lentes da investigação, damos um passo além das opiniões prévias.
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