quinta-feira, 15 de maio de 2014

Censura no Cinema


Cláudia Mogadouro

Ao pensar em censura no Brasil, nos vêm à mente a ditadura militar (1964-1985). Os mais velhos pensarão também na ditadura de Vargas, o Estado Novo (1937-1945). Vamos recuar um pouco no tempo, só para lembrar que a censura surgiu por iniciativa da Igreja Católica, no século XVI, no momento em que vê o seu poderio ameaçado pela Reforma Protestante. Proibição de posse e circulação de impressos e de livros foi um dos atos de censura. E as práticas foram sendo usadas por todos os que se valeram do poder que tinham para calar adversários: reis impediram a divulgação de ideias antimonarquistas, ditadores como Hitler e Mussolini proibiram qualquer crítica vinda sob a forma de opinião, jornal, e mesmo a produção artística (pintura, teatro, música, etc), governos comunistas impuseram leis restritivas à manifestação de quaisquer opiniões contrárias, valendo-se, inclusive, de delação. Vários países ainda mantêm leis de censura.

O cinema também ganhou o interesse da censura, visto que, desde a sua invenção, destacou-se como um importante instrumento de transmissão de valores morais e ideológicos. Nos Estados Unidos, durante a guerra fria, no período conhecido como macarthismo (1945-1953), o governo perseguiu e prendeu diversos artistas e intelectuais, acusados de comunistas. Charles Chaplin, por exemplo, foi banido dos EUA nessa época.

Os EUA tornaram-se hegemônicos na indústria cinematográfica, desde a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), posição consolidada ao fim da Segunda Guerra Mundial (1945). O cinema transformou-se em uma das maiores economias norte-americanas e instrumento de propaganda e dominação ideológica. Apesar da predominância de protestantes (metodistas, batistas e presbiterianos), os produtores de Hollywood se viram na mira de muitas acusações, especialmente por parte dos católicos, defensores da moral e dos bons costumes.

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