terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação
O rádio numa perspectiva educomunicativa


Zenaide Teles Nunes Mendonça*

Sou licenciada plena em Ciências Físicas e Biológicas pela Universidade de Cuiabá – MT, e atuo como Professora de Ciências do Ensino Fundamental II na Rede Municipal de Barueri em São Paulo e na Rede Estadual de São Paulo com lotação no município de Jandira. Fui aluna do curso Mídias na Educação, III Oferta, e irei descrever os resultados deste curso para mim enquanto aluna.

Em um primeiro momento, quero dizer que realmente foi um privilégio ser uma das alunas desta conceituada Universidade do Brasil. Para os educadores das regiões onde atuo, o nome USP representa qualidade de ensino e assim sendo portar um certificado de Especialista com este nome é muito significativo no nosso meio, pois implica dizer que houve de fato pesquisa e estudo. É claro que existem outras Instituições de ensino sérias em nosso país, porém não há como negar o desempenho da Universidade de São Paulo e a alegria proporcionada a alguém que lá consegue um título. Então, um muitíssimo obrigado pela oportunidade! Claro, estendo meus agradecimentos à UFPE – Universidade Federal de Pernambuco e ao MEC.

A pesquisa teve como tema o Rádio na Escola, e o objetivo era descobrir como essa mídia era usada nas aulas de Ciências na região do bairro do Parque dos Camargos, no município de Barueri em São Paulo, e não só isso, queria saber quais os desafios e perspectivas implicados neste uso. Isso porque, por meio do curso Mídias na Educação, descobri que o rádio poderia ser usado no processo de ensino e aprendizagem, de maneira mais ampla e não apenas como mero aparelho de reprodução sonora, no caso, poderia ser utilizado como ferramenta midiática educomunicativa em um processo de construção do conhecimento de maneira dialógica.

Como proposta de atividade do curso, nasceu o programa radiofônico Paradinha Ambiental. O programa desenvolvido, sem dúvida nenhuma, promoveu o diálogo no ecossistema escolar sobre as drogas, e pôde esclarecer de maneira simples e lúdica que a escolha deste caminho pode resultar em vida sem qualidade. As ações desenvolvidas para a produção do programa, como, registros, oralidade em exercício, desenvolvimento de habilidades sociais permitiram perceber, de modo inquestionável, que esta pode ser uma das maneiras de fazer acontecer uma educação de qualidade, ora tão aclamada.

Foi possível verificar, por meio da investigação, que assim como eu, a maioria dos professores de ciências da região pesquisada, faziam e fazem uso do rádio apenas como reprodutor sonoro. Ainda que esta forma seja uma das maneiras de usarmos o rádio, o uso de acordo com a perspectiva educomunicativa ultrapassa esta prática, permitindo-nos ir além, pois possibilita a promoção do diálogo e do protagonismo juvenil.

Formação continuada, materiais adequados é o que está faltando. Sim, não basta termos materiais, necessitamos saber usá-los. Mas não podemos cruzar os braços, esperando. O desenvolver projetos e a aplicação dos mesmos podem resultar no suprimento dos recursos necessários e isso está ocorrendo em uma das Escolas onde atuo.

No desenrolar do curso a etapa mais complicada foi a produção da monografia. Realmente, é um exercício complicado e desafiador, mas extremamente gratificante quando concluído. Essa gratificação ocorre quando o orientador é um profissional qualificado e comprometido com o orientando. Ah! Se todos os orientandos tivessem como orientadora a Dra. Roberta Brandalise, seguramente muitos outros professores concluiriam seus trabalhos de pesquisa. Penso que esse é um dos segredos, um bom orientador. Palavras que para mim foram e continuam sendo de ordem: “Ler, ler e ler...”; “Escrever, escrever, escrever...” (Dra. Roberta Brandalise).

Eu escolhi o rádio como objeto de estudo, entretanto o curso trata também de outras mídias ficando a critério do aluno a que mais lhe convém.

Aprendi que o processo de ensino e aprendizagem requer de nós professores, entre outros, amor, pesquisa, estudo, dedicação, e muita perseverança. É um processo que está em movimento contínuo e por isso não nos permite o estacionamento.

Estou segura de que este curso, Mídias na Educação, é um dos cursos de formação continuada que deveria estar disponível em muitas outras Instituições de Ensino Público e, assim, possibilitar a ampliação de olhares, permitindo a produção de uma educação de qualidade.


* A professora Zenaide elaborou a monografia, relatada no texto, “Rádio na Escola – Desafios e perspectivas que envolvem o uso do rádio nas aulas de Ciências na região Parque dos Camargos, município de Barueri – SP”, orientada pela professora doutora Roberta Brandalise. De acordo com a orientadora, o destaque desse trabalho foi o plano de coleta de dados, que permitiu obter informações e evidências variadas para a discussão do tema.

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