sexta-feira, 16 de maio de 2014

Jogo para celulares proporciona novos olhares para a cidade


Rafael Evangelista

O século XIX nos deu o flâneur. Imortalizado na literatura, ele é uma figura emblemática da área urbana de Paris, dedicada a vagar prazerosamente pelo espaço urbano, explorando, sendo afetado pelo desenho da cidade e a retratando, mas também participando de sua vida cultural.

Já nosso século parece trazer outro tipo de figura. Seus olhos não estão mais somente no que as cidades revelam aos olhos nus. Embora os pés possam estar nas ruas, a atenção se divide com uma tela brilhante. Aparentemente, ela leva a outros lugares, em conversas com interlocutores e mundos que não estão fisicamente ali. Mas a tela também pode revelar mais do que os caminhos habituais sugerem, inspirar novos olhares e mostrar lugares que pareciam escondidos. Fazer ver que existe vida nos caminhos de todo dia, seja num grafite, numa praça, num monumento histórico, num prédio para o qual só se olhava o rodapé, e não a bela cúpula, ou na vizinhança, que sempre esteve lá, mas que não fazia parte da rota do olhar habitual.

Essas são as potencialidades, ainda muito pouco exploradas, dos aplicativos de realidade aumentada (ou expandida, como preferem alguns). Eles usam recursos dos celulares mais modernos, como o GPS, a câmera e a internet, para projetarem outra camada de dados no olhar tradicional. A partir da localização do usuário, por exemplo, surgem itens na tela, imagens (que podem ou não ter a ver com o mundo real) com as quais é possível interagir, explorar, obter informações.

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