segunda-feira, 16 de abril de 2012

"Tablet para escrever 2+2=4 não faz sentido"



A questão que se coloca [sobre os desafios no uso das tecnologias], seja qual for a plataforma ou o suporte, é para o que será usado, qual é a proposta pedagógica. Não há uma resposta definitiva, não podemos dizer se vai ser bom ou ruim porque dependerá da proposta na qual essas ferramentas estarão inseridas. Nesse sentido, é preciso observar algumas questões fundamentais.
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Como você capacita o professor para integrar essa tecnologia na sala de aula com uma proposta diferente? Porque ter um tablet onde o aluno vai escrever 2+2=4 não faz o menor sentido, você pode fazer isso na folha de pão, no caderno, desenhar com um tijolo no chão, não faz diferença. O que faz diferença é saber como podemos usar essa tecnologia como um diferencial para despertar o conhecimento que está ali, latente.
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O monitoramento e a avaliação são fundamentais. Mas, mesmo no cenário internacional, não é fácil fazer isso.
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Ainda há uma percepção [sobre o uso das TICs nas escolas] de que tudo tem de convergir para a melhora de notas em português (ou da língua materna) e matemática. Evidentemente, são questões importantes. Mas o que a tecnologia aplicada tem a oferecer não é exatamente a melhora nestes quesitos. Talvez você não encontre muitos benefícios aí, mas sim na motivação do aluno na sala de aula, na diminuição das faltas, em uma maior comunicação. É importante avaliar, mas de maneira complexa, não apenas de aplicação de uma prova e pronto. Existe uma série de novos elementos que precisam ser levados em conta.”

Acima, você pode ler trechos de uma entrevista de Guilherme Canela, assessor de comunicação e informação para o Mercosul e Chile da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), para o último boletim do Instituto Claro. Como se pode ver, embora ressalte a importância da tecnologia nos dias atuais, Canela aponta para as questões metodológicas que perpassam a adoção das mesmas. Também nota que os países precisam conhecer as exepriências uns dos outros, para "aprender com os erros e acertos de outras iniciativas, para que não haja repetições. O importante é cometer novos erros, não os mesmos".

Nesse sentido, na entrevista ao Instituto Claro, ele comenta iniciativas da Argentina e do Uruguai, como o plano Ceibal (Conectividade Educativa de Informática para o Aprendizado em Linha, em tradução literal), deste país -- iniciativa relacionada ao vídeo inicial da postagem.

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