sexta-feira, 30 de maio de 2014

Mídia e Direitos Humanos


Fábio Souza da Cruz
Guilherme Camargo Massaú

Atualmente, os meios de comunicação de massa consistem no principal ou em um dos principais agentes de mediação entre o povo e o poder. Através de textos, sons e imagens, a cultura da mídia produz discursos, constrói mitos e estereótipos, sugere regras, maneiras de pensar, modas e hábitos.

Passando à frente de instituições como a família, a escola e a igreja, os meios de comunicação de massa, através dos seus veículos, adquirem, portanto, caráter centralizador na atualidade. Levando em conta essa realidade, percebemos que a mídia tradicional consiste em uma espécie de palco por onde desfilam as mais diversas forças. Neste horizonte, que é, definitivamente, político, os veículos de comunicação reproduzem as disputas entre os setores hegemônicos (ligados às chamadas camadas superiores da sociedade) e contra-hegemônicos - ou de resistência (atrelados às camadas ditas inferiores da sociedade).

Assim, quando trata de assuntos como a questão dos direitos humanos - outro foco do nosso artigo -, a mídia tradicional deveria problematizar essa complexa questão. A origem ou o aparecimento de um direito humano apresenta, em linhas gerais, algumas etapas. Entre elas está a perda da dignidade humana em qualquer nível, devido a contextos de exploração, opressão e desigualdade. Isto, por si só, merece atenção especial por parte dos nossos comunicadores. Assim, problematizar a questão dos direitos humanos consiste em reconstruir historicamente os cenários para que possamos entender as suas práticas. Significa detectar qual é a lógica vigente, quais são os setores envolvidos no processo e de que forma eles se relacionam. Porém, não é isso o que percebemos em boa parte da cobertura dos veículos de comunicação de massa. Geralmente, detectamos que a mídia utiliza uma noção simplificadora dos direitos humanos.

Continue lendo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário