segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Os números da educação, além das leis e das salsichas


Zilda Kessel

A frase “Os cidadãos não poderiam dormir tranquilos se soubessem como são feitas as salsichas e as leis.", atribuída ao general Otto von Bismarck, me parece caber bem nos tempos em que vivemos e poderia ser acrescida de outros elementos, como os números da educação.

Isso porque, a cada novo índice publicado pela grande mídia, seguem as análises. Todos, instantaneamente, viram articulistas, analistas, especialistas em Educação. Uma turma vai olhar os números para concluir o que já pensava, ‘O Brasil não tem solução’, outros vão criar metáforas, rankings e pódios, outros ainda vão escolher os dados que vendem jornal e pintar suas manchetes.

No final de 2013, foram divulgados os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). E na sequência desta publicação, já li que o Brasil está atrás do Cazaquistão mas as escolas federais do Brasil empatam com as italianas, já soube que as particulares se igualam com Israel, que melhoramos em Matemática mas ainda somos sofríveis na matéria. Enfim, o papel aceita tudo, inclusive as comparações mais improváveis de dados, que a maioria nem sabe de onde vêm e os articulistas não parecem interessados em explicar.

Por isso, este artigo não vai propor nenhuma comparação nem chegar a nenhuma conclusão sobre a situação da Educação no Brasil. Prefiro partilhar com você, leitor, algumas reflexões sobre como compreender dados, inclusive os da educação. É preciso mais do que três comparações para entender e aproveitar os resultados de uma pesquisa, já que pesquisas dessa envergadura tomam tempo, custam caro e podem nos ajudar a compreender processos e iluminar projetos, ou não.

Continue lendo.

Imagem: Flickr/mrsdkrebs (CC BY 2.0)

Nenhum comentário:

Postar um comentário