segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação
Rádio e alfabetização no Ensino Fundamental

Ao centro, a autora do texto, no dia da defesa de sua monografia

Valdeci Alves de Oliveira Ferreira*

Quando iniciei o curso Mídias na Educação, na época houve muita expectativa e algumas incertezas. Conforme o curso foi avançando as dificuldades foram sendo vencidas e dando lugar a uma série de novidades que até então estava longe do meu cotidiano. Aos poucos fui ingressando no mundo tecnológico e a sensação da descoberta desse novo aprendizado era muito boa.

O curso on-line possibilita muitos aprendizados, como postagem de atividades, visitar o ambiente, sala de bate papo, interagir com o meu grupo, participar dos fóruns e muito mais.

Ao estudar o módulo introdutório, foi possível perceber que os textos que deveríamos ler auxiliavam muito na nossa formação, me lembro bem de um texto escrito por Lilian Starobinas, “Paulo Freire e a emancipação digital”. Neste texto a autora retrata a condição humana do analfabetismo em toda sua amplitude, desde a leitura e escrita como compreensão de textos e o entendimento digital tão presente em nossas vidas.

Nos módulos, estudamos também mídia impressa, TV e vídeo, rádio entre outros, e todo esse conteúdo estava voltado para a prática pedagógica em diversos ambientes de aprendizagens.

Fizemos também trabalhos em grupo on-line, uma experiência única, pois ajustar a estrutura dessa atividade com pessoas que não conhecíamos pessoalmente era algo novo e inédito, mas conseguimos vencer mais uma etapa das dificuldades, mostrando solidariedade e respeito à opinião dos demais participantes do curso.

Por fim, chega o ponto culminante de todo o curso: a monografia. Mesmo não sendo professora do ciclo I, optei por trabalhar com a alfabetização, uma vez que temos uma responsabilidade grande nesta área, pois ainda hoje existe um grande número de pessoas analfabetas. Além disso, meus anos de Coordenadora me mostraram o quão maravilhoso é poder eternizar nossos saberes e isso só é possível transmitindo nossos conhecimentos aos outros.

Diante do analfabetismo em massa na sociedade, fiz uma reflexão sobre as dificuldades vividas pelos professores alfabetizadores e como o rádio enquanto recurso pedagógico midiático pode auxiliar o professor nas suas estratégias de ensino. Desenvolvi minha pesquisa nessa linha, no começo de forma imatura com muita leitura, mas conforme a pesquisa avançava, mais estímulo se tinha para continuar o trabalho.

Para minha surpresa, cheguei a algumas conclusões: ensinar e verificar se aprendeu é gratificante, mas pesquisar é analisar como se aprende, como aquele aluno pensa, porque ele pensa assim e qual o caminho que o professor precisa seguir para ajudá-lo no aprendizado, realmente é algo inédito, imensurável.

Todo educador precisava passar por essa experiência, pois essa mudança de olhar frente ao ensino e aprendizagem valoriza o conhecimento dentro do objetivo maior que é a constatação de que todos podem aprender.

Ao fazer parte do Mídias na Educação, tive o privilégio de participar do curso e ser agraciada pela troca de saberes de um grupo de profissionais tão qualificados. Nesse momento referencio apenas um nome, Roberta Brandalise, que me guiou sabiamente durante o processo de criação da monografia.

Não posso esquecer-me de agradecer a Deus por me ajudar nos meus caminhos e a todos os familiares e amigos que, independente da forma, me ajudaram a concretizar mais essa etapa da minha vida profissional.


Em sua monografia, chamada “Quando a Chuva Passar: experiências com o rádio e alfabetização no Ensino Fundamental I”, a professora Valdeci, nas palavras de sua orientadora, a Profa. Dra. Roberta Brandalise, “estudou atividades didáticas mediadas pelo rádio sem o apoio da mídia impressa no processo de alfabetização e letramento. O estudo mostra que as atividades didático-pedagógicas que utilizaram a música 'Quando a Chuva Passar' (Ivete Sangalo) – um produto da cultura de massa que integra o imaginário de alunos e professores – e as clássicas 'Cai Cai Balão' e 'Capelinha de Melão' foram úteis também para a construção de conhecimento acerca dos conteúdos estudados na área de ciências e para a formação cidadã. A produção escrita dos alunos, gerada a partir das atividades propostas durante a pesquisa, tornou-se um rico material para ser aproveitado pelas professoras no processo de alfabetização e letramento. A partir desse material é possível perceber os diferentes estágios de cada aluno no processo de alfabetização e letramento e construir estratégias para colaborar com o desenvolvimento deles nessa área”.

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