segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Internet e cognição


O lançamento do livro A geração superficial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros (editora Agir, tradução de Mônica Gagliotti Fortunato Friaça), do jornalista norte-americano Nicholas Carr, mostra um dos lados do debate sobre os efeitos sociais (e, em particular, os cognitivos) da internet. Em entrevista ao jornal O Globo (aqui), Carr explicita sua linha de reflexão:

Toda nova tecnologia importante, se passa a ser amplamente usada, gera tanto euforia quanto ansiedade. Mas o caso da internet é diferente de todos os anteriores, no escopo e na intensidade de seu uso. É a primeira tecnologia de mídia que as pessoas podem carregar o dia todo, usando-a no trabalho, na vida social, para entretenimento e comunicação. Também é a primeira tecnologia de mídia interativa que transmite textos, imagens, sons e filmes, além de rodar softwares e aplicativos. Isso é algo novo no mundo — uma tecnologia que está constantemente influenciando a maneira como pensamos e nos comunicamos. Por isso, precisamos olhar criticamente para essa tecnologia e perguntar: como ela influencia nossos hábitos mentais? Muitas pesquisas sobre mídias digitais mostram que nosso uso da internet tende a nos colocar em um estado de distração perpétua, bombardeado por interrupções constantes. Isso faz com que tenhamos mais dificuldade para nos engajar em pensamentos contemplativos e reflexivos e também para armazenar memórias ricas e ter insights conceituais profundos. Há muitas qualidades na internet — por isso a usamos tanto — mas acredito que ela nos transforma em pensadores mais superficiais."

Numa reportagem do mesmo jornal sobre o livro (aqui), são expostas outras posições nesse debate, contrapontas à visão mais pessimista de Carr sobre a internet, como a do professor Clay Shirky, da Universidade de Nova York. Segundo este autor, o tipo de informação "picada" que a internet oferece é capaz de promover diálogos entre as pessoas. Em breve, um livro de Shirky (Lá vem todo mundo: o poder de organizar sem organizações), em que ele defende esse argumento, será lançado no Brasil.

Qual sua opinião e, sobretudo, como percebe a questão do ponto de vista de seus eventuais alunos e do impacto da internet na escola?

Nenhum comentário:

Postar um comentário