segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Big Brother, escola e formação docente (1)

Pois é, assisto ao que meus amigos ‘intelectuais franceses e brasileiros’ chamam de ‘escrotice da cultura de massa’.

Acontece que, como professora de Arte na única escola pública de Ensino Médio em uma cidade satélite de Brasília, entendo que é meu dever profissional assistir o BBB. O programa se tornou tema predileto de discussão dos alunos em sala de aula, principalmente quando um participante é eliminado. Os alunos são PPPs, como eles mesmos dizem: pobres, pretos e ‘putos’ com a exclusão cultural e digital à que estão sujeitos. [...]

A cultura de massa é para muitos brasileiros, como meus alunos, a cultura à qual eles têm acesso – e, logo, a única cultura, uma migalha que a sociedade oferece ao pobre. Por esse motivo, sempre olhei os programas da TV, procurando contextualizar de forma significativa algum tema da ‘grande Arte’, ou crítica a ela. Instrumentalizar meus alunos se tornou um desafio.”
Algumas turmas do Mídias na Educação debateram o ano passado um texto (trechos acima e íntegra aqui) de uma professora do ensino médio do DF sobre o uso que ela fazia do Big Brother Brasil no cotidiano escolar. É possível que esse ano (com uma edição do programa com menos audiência e atenção) o BBB não entre na pauta de discussões. No entanto, esse programa - em si - não é o aspecto mais importante.

Mais relevante é a percepção - conforme o consenso entre os professores cursistas que discutiram o BBB - de que a cultura midiática “invade” a escola. Assim, os educadores têm que, de alguma maneira, lidar com a ela.

Por isso, a reflexão sobre como fazer com que a cultura midiática seja integrada à sala de aula, mas sem que isso abale os objetivos fundamentais da escola, é importante. Na verdade, as iniciativas de formações como o Programa Mídias na Educação e as reflexões de autores brasileiros e de outros países da América Latina sobre essa questão buscam subsidiar esse esforço.

Como o poder e a influência dos meios na sociedade é uma característica de nosso tempo, outros países também dão respostas a como equacionar o tema da educação frente aos meios. Isso é assunto para a próxima postagem.

Antes, uma pergunta/indagação: você, educador, usaria o BBB em situação pedagógica, como? (Responda, por favor, na parte de comentários.)

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