terça-feira, 9 de abril de 2013

Dez razões para a não conclusão de MOOCs

Ilustração:Libby Levi (CC opensourceway)

Na semana passada, o blog Open Culture publicou uma postagem sobre os baixos índices de conclusão dos MOOCs (Massive Open Online Courses). Os editores pediram que os leitores falassem sobre o tema, de modo que posteriormente o blog fez outra postagem organizando as respostas mais comuns. A seguir, você pode ver a tradução de dez razões apontadas pelos leitores do Open Culture para a não conclusão certificada dos cursos:

1) Toma tempo demais: algumas vezes você matricula-se num MOOC, apenas para descobrir que ele demanda muito tempo. ‘Simplesmente não tive tempo para fazer todo o trabalho.’ ‘Trabalho em período integral, descobri que é extremamente difícil assistir a horas e horas de videoaulas.’ Este é um refrão que nós ouvimos repetidamente.

2) Requer demasiado conhecimento: algumas vezes você se inscreve num MOOC, apenas para descobrir que ele requer um conhecimento de base elevado, como um conhecimento de matemática avançada. Isso torna o curso uma desistência instantânea. Você opta por sair. Simples assim.

3) Básico demais, não é verdadeiramente um curso do nível de Stanford, Oxford e MIT: por outro lado, alguns dizem que seus MOOCs não estavam realmente oferecendo um nível de ensino universitário sério. O curso era muito fácil, a carga de trabalho e tarefas não eram suficientes. Um curso de literatura parecia mais com um clube do livro melhorado. Em síntese, os cursos não atendiam a real meta universitária.

4) Falação cansativa: os MOOCs com frequência apoiam-se em videoaulas que, para muitos de vocês, são ‘um formato obsoleto e ineficiente’. E elas são muitas vezes simplesmente chatas. Os MOOCs poderiam funcionar melhor se eles confiassem mais fortemente em práticas pedagógicas interativas. Val destaca isso, quando diz, ‘Nós não devemos simplesmente tentar trazer a aula presencial para a nossa sala de estar. O uso de recursos disponíveis e fazer os estudantes se envolverem com segmentos mais curtos... A meta deveria ser ensinar e ensinar melhor. Se uma dessas universidades online conseguir descobrir como, então o dinheiro virá’.

5) Curso com planejamento deficiente: você se matricula num MOOC e não sabe como prosseguir. Um estudante relata sua experiência: ‘Desde o primeiro dia eu não tinha ideia do que precisava fazer. Havia instruções em todo o lugar. Grupos montados com membros fantasma que nunca comentavam ou interagiam, e um currículo que estava sendo revisado enquanto o curso se desenvolvia na primeira semana’.

6) Comunidade e ferramentas de comunicação precárias: Este tem sido o calcanhar de Aquiles do ensino online por anos, e até agora os MOOCs não estão bem resolvidos nisso. Não é incomum ouvir esse tipo de comentário dos estudantes: ‘Descobri que as discussões no fórum não são muito úteis ou envolventes. Elas não são um substituto muito bom de discussões ativas em classe’.

7) Má revisão por pares & trolls: já que os MOOCs são tão grandes, você com frequência não obtém um retorno do professor. Em vez disso, deve obtê-lo por algoritmos e pelos pares. E por vezes os pares podem ser menos construtivos. Um leitor escreve: ‘Decidi parar de fazer a seção de resposta pelos colegas da classe porque alguns estudantes estavam sendo tratados de modo rude [por outros estudantes], na verdade, a íntegra da seção de respostas da classe é feita de um modo que eu NUNCA tinha perguntado para os colegas numa sala de aula... Não existe um envolvimento do professor ou dos assistentes no controle da TORRENTE de queixas sobre a revisão pelos pares’.

8) Surpresa pelos custos ocultos: algumas vezes você descobre que os MOOCs gratuitos não são exatamente grátis. Eles possuem custos disfarçados. Brooke deixou um MOOC quando ela percebeu que as leituras eram de um dispendioso livro didático do professor.

9) Você está apenas testando para comparar: você compara os cursos, o que envolve o registro em muitos, mantém alguns e abandona outros. Isso infla o baixo índice de finalização dos cursos, mas dá liberdade a você. Como disse um leitor: ‘Estou muito, muito feliz por ser capaz de ser tão exigente’.

10) Você está lá para aprender, não pelo certificado no final: às vezes você faz tudo (assiste aos vídeos, faz as leituras, etc.) exceto o exame final. De certo modo, você está fazendo o curso como um aluno ouvinte, o que atende a muitos de vocês muito bem. É exatamente o que gostariam de fazer. Mas isso, igualmente, contribui para que as baixas taxas de conclusão pareçam piores do que talvez sejam.”

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