terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação
A produção de mídia na escola


Regina Gavassa*

A motivação para a minha pesquisa foi a realização de projeto, iniciado em 2007, com alunos monitores. Os monitores, alunos do Ciclo II do Ensino Fundamental ajudavam os alunos do Ciclo I também do Ensino Fundamental no manuseio dos computadores durante as aulas do laboratório de informática, paralelamente, a partir de 2009, protagonizavam outros projetos realizados em parceria com a equipe de docentes. Os primeiros projetos foram realizados em Comunidades Virtuais em parceria da Secretaria Municipal de Educação do Município de São Paulo e o Portal Educativo Educarede da Fundação Telefônica nos Projetos “Nossa Escola tem História” e “Minha Terra”.

Mesmo antes de iniciar os projetos, sentia uma grande necessidade de aprender mais, o trabalho com tecnologia exige isso, e em um dos encontros de formação que participei na rede municipal, fui “presenteada” com o CD que apresentava o curso de Mídias na Educação e pela informação de que a inscrição para a primeira turma estava aberta. Vi naquele momento a oportunidade que estava procurando, poder me atualizar com um curso a distância. Quando iniciei, era apenas um curso de extensão, só mais tarde tive a chance de optar pela especialização em mídias.

Desde o início do curso fui colocando em prática o que estava aprendendo e observando os resultados positivos que um trabalho melhor planejado e a mídia utilizada com o enfoque na produção pode trazer para a relação professor/aluno/aprendizagem.

A partir de 2009, já com uma experiência adquirida com os projetos, e com uma visão mais abrangente sobre o uso de mídia, inclusive as digitais, decidimos tentar criar um espaço virtual nosso para registro de todas as ações realizadas e também para uma maior colaboração entre o grupo. O espaço escolhido foi a rede social Multiply, onde já estávamos criando o site da Unidade Escolar. Aos poucos os alunos foram se habituando a acessar a rede tanto dentro da U.E. como também fora do ambiente escolar, compartilhando ideias.

Este projeto permitiu uma aproximação maior com o aluno mudando as relações dialógicas entre educando e educadores, e a percepção de que os mesmos, que já possuem uma grande necessidade em obter informação e se comunicar com o outro quando estimulados e orientados, tornam-se protagonistas de sua aprendizagem.

Minha pesquisa tenta mostrar, através de depoimentos e registros de alunos e professores, como o trabalho aconteceu e os resultados obtidos com esta experiência.

A análise bibliográfica permitiu entender melhor as concepções pedagógicas que estavam inseridas na minha prática e ainda, entender e constatar a ligação com novos conceitos aprendidos como Educomunicação e Inteligência Coletiva.

Constatei que o trabalho Educomunicativo faz com que alunos e professores aprendam juntos, envolvidos em um único objetivo.

Uma das coisas mais difíceis para mim foi observar meu trabalho com olhar de pesquisadora, a pesquisa faz com que se mude a prática e a observação em meio a mudanças faz com que se perca o foco no objetivo inicial da pesquisa.

Por várias vezes, percebia que estava mudando o objeto de pesquisa e tinha que voltar e rever os registros iniciais para dar continuidade. Também foi difícil escrever um trabalho que exige uma escrita acadêmica, com normas a serem seguidas, e que mesmo com muitas revisões acabamos por deixar passar pequenas coisas que mudam todo o sentido do que se deseja expor. Por sorte, para que conseguisse apresentar minha monografia contei com o precioso auxílio de minha orientadora que me atendia até mesmo aos domingos, via Skype.

Foi uma experiência única que me fez entender o quanto a pesquisa pode contribuir para uma melhoria qualitativa na vida profissional.


Orientada pela professora mestre Salete Soares, a autora do texto realizou uma monografia (“A produção de mídia na escola: espaços de colaboração”) em que os dados qualitativos permitiram uma análise da prática pedagógica, de modo que, ainda que o trabalho faça o relato de uma experiência, vai além desta narrativa. Assim, atinge uma dimensão de pesquisa pedagógica ao delimitar questões, no âmbito do projeto de interesse, que procura estudar com apoio da literatura e dos dados produzidos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário