sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mídias na Educação - Relatos de pesquisa e formação
Celular e educação: um grande aprendizado


Liete Ferraz*

Minha pesquisa se baseou no uso do celular em sala de aula de modo contextualizado com os currículos e com as disciplinas. O que me fez olhar para este assunto foi a grande quantidade de reclamações que os colegas faziam sobre as questões disciplinares como a falta de atenção, uso indevido, perigo de “bullying”, uso de redes sociais em sala e a total falta de atenção à aula em si. A partir desses fatos, comecei a prestar atenção aos aparelhos e suas mídias (rádio, TV, máquina fotográfica, filmadora, gravador) e “descobri” que este pequeno aparelho poderia ser uma grande arma a favor das aulas e das disciplinas, desde que os professores soubessem usar seu potencial.

Iniciei meu trabalho descobrindo o que os colegas de diferentes disciplinas e idades sabiam sobre as mídias e a Educomunicação e como agiam em suas vidas pessoais e usavam todos os aparelhos e tecnologias (não só o celular). Tentei, com a ajuda das teorias e dos pesquisadores da Educomunicação, unir as práticas já usadas com as bases teóricas existentes, mostrar que é sim possível usar os celulares em sala de aula, fazendo do mesmo uma ferramenta a mais à favor da educação e da manutenção da disciplina, hoje tão frágil. Acho que consegui mostrar isso com o meu trabalho. O mais difícil é convencer as pessoas disso. Ai é outra etapa.

Por isso, gostaria de continuar o trabalho e tentar aprofundar um pouco a questão do uso do celular, já que é uma mídia que veio para ficar e da qual os jovens não se separam mais (os adultos também). Vou continuar estudando o assunto e, se for possível, tentar o mestrado. Vamos ver.

A maior dificuldade para escrever e pesquisar, para mim, foi a falta de tempo. Como temos de trabalhar e cuidar da vida pessoal fica difícil conciliar tudo. Demorei para concluir o trabalho. Tive outros entraves no caminho que me atrasaram ainda mais, mas o principal é a falta de tempo. Tentei superar, escrevendo e lendo o mais possível nos intervalos que tive, mas foi muito complicado. Ainda bem que “nada é impossível” e consegui!

Todo curso e todo trabalho deve e pode abrir janelas e portas e aumentar sua experiência e, principalmente, o conhecimento sobre qualquer assunto. No Mídias, aprendi a observar mais o trabalho e aprender a ver certas mídias com outros olhos. Como fiz o curso como Coordenadora e depois como Vice Diretor de escola, meu trabalho em sua essência foi de observar o trabalho de outros colegas e tentar influenciar na melhoria da qualidade do que era feito, sempre visando o maior aproveitamento do aluno.

Devemos sempre ter em mente que a educação tem sempre que buscar melhoria nas competências e nas habilidades de seus alunos e buscar sempre o aprimoramento profissional. Escrevendo um trabalho acadêmico, sempre nos atualizamos e entramos em contato com o mundo acadêmico. Nunca havia feito um trabalho nesse nível. Foi uma grande aprendizagem!

Um conselho que daria para quem realiza a monografia é ler muito sobre o assunto pesquisado (lia tudo o que podia em jornais, sites, revistas), sempre buscando se atualizar e “colecionar” a maior quantidade possível de informações antes de começar a escrever. Quando começar, se manter atualizado e seguir rigorosamente as normas acadêmicas para a feitura do trabalho (mesmo fazendo isso ainda foram apontados muitos erros em meu trabalho). Revisar sempre tudo. No começo é muito difícil, mas depois a coisa começa a fluir. É só saber o que esta escrevendo e ter muito conhecimento do assunto. A coisa acontece!


* O texto da professora Liete, acima, em que ela fala sobre seu trabalho de conclusão do curso Mídias na Educação, a monografia "Celular X Professor Uma Combinação Possível: análise da experiência de duas professoras de Ensino Fundamental e Médio de São Paulo - SP" (orientada pelo Prof. Dr. Richard Romancini), é o primeiro de uma série de relatos que pretendemos publicar, a partir da colaboração desses recentes especialistas.

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