sábado, 26 de setembro de 2009

Como a internet está matando a televisão (nos Estados Unidos)

Para pensar sobre a competição (e a convergência) entre as mídias do computador e da TV, um bom subsídio é uma postagem feita há cerca de um ano por Luiz Carlos Azenha (aqui), falando sobre como a internet começou a ocupar um lugar expressivo no consumo de TV e vídeos nos EUA. Nesse sentido, ele traduziu um artigo (abaixo) que aborda esse ponto.

Vamos lê-lo? O mesmo ocorrerá no Brasil? E no que isso poderá favorecer o encontro entre o audiovisual digital e práticas educativas?

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Is the Internet finally killing TV?

Gregory M. Lamb, do Christian Science Monitor

É este o verão em que a internet finalmente matou a televisão que um dia conhecemos? A maior parte dos observadores da indústria ainda não faz essa previsão, citando algumas barreiras significativas que ainda existem no caminho. Mas o crescente número de negócios e aparelhos anunciados sugerem que uma profunda mudança na forma como as pessoas assistem vídeo — e que tipo de vídeo elas vêem — está a caminho.

A fronteira entre “televisão” e vídeo via internet já se tornou vaga e pode desaparecer nos próximos anos. Pelo menos um analista da indústria diz que a “TV morreu” e dá as boas vindas à nova idade do vídeo em qualquer lugar. Cada vez mais os americanos estão escolhendo onde e em que tipo de tela assistem vídeo. E cada vez mais a programação é de novas fontes que ameaçam acabar com o domínio de Hollywood na produção de conteúdo.

Vídeo agora é transmitido para aparelhos de todas as formas e tamanhos, das telas gigantes a projetores domésticos, dos aparelhos de alta definição a monitores de computador, dos laptops às telas de iPods e telefones celulares. Enquanto isso, a NBC Universal anuncia sua cobertura das Olimpíadas de Pequim como “a mais ambiciosa cobertura digital da história”. Além da cobertura em várias emissoras de sua rede, a NBC faz o streaming de 2.200 horas de competição ao vivo, de 25 esportes, no site da NBCOlympics.com.

“O telespectador das Olimpíadas pode definir sua própria experiência como nunca fez antes”, disse Gary Zenkel, presidente da NBC Olympics, ao anunciar o plano de cobertura no mês passado. A mídia especulou que acesso à cobertura das Olimpíadas nos locais de trabalho poderia derrubar o sistema da NBC.

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Nessa primavera e verão, negócios para tornar o acesso a vídeo se tornaram cada vez mais freqüentes:

* A Netflix, companhia que aluga vídeos pelo correio, fez vários acordos para oferecer conteúdo online. Uma nova caixa de 100 dólares da Roku do tamanho de um livro permitirá a usuários assistir cerca de 10 mil filmes da Netflix em suas TVs (mas a maior parte do acervo da Netflix continuará acessível apenas por DVD através do correio). A LG, da Coréia do Sul, anunciou que vai oferecer um player de DVD em alta definição capaz de acessar filmes em alta definição da Netflix via internet. E a Microsoft vai permitir streaming nos consoles do videogame Xbox;

* A Sony diz que vai oferecer o download de filmes e programas de TV como uma opção para o videogame Playstation;

* A Apple, que vende milhões de vídeos online através de sua loja iTunes, relançou o seu Apple TV player, que pode mandar conteúdo a um aparelho de tv;

* A Amazon.com agora oferece vídeo on demand, que dará acesso imediato a 40 mil filmes e programas de TV. Esse vídeo só pode ser visto em um computador;

* Pelo menos meia dúzia de fabricantes, inclusive a Sony, Hewlett-Packard e Samsung vão vender aparelhos de TV que podem ser conectados continuamente à internet banda larga, permitindo que conteúdo da rede seja visto na maior tela da casa;

* A TiVo, gravadora de vídeos, vai fornecer vídeos do YouTube, o site famoso pelos vídeos curtos e muitas vezes amadores;

* O Hulu foi lançado em março como um site da internet oferecendo streaming de programas de TV e filmes da NBC, Fox e outras redes.

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Cerca de 80 milhões de americanos (43% dos que freqüentam a internet) já assistiram a um programa de TV na rede, de acordo com uma pesquisa feita em fevereiro pelo Solutions Research Group de Toronto. Um ano atrás esse número era de 25%.

O consumo de vídeo vai aumentar de seis horas por dias para oito horas por dia até 2013, na previsão da Solutions, e menos de quatro horas serão diante da TV convencional.

Mas nem todos estão convencidos de que os vídeos da internet e a TV estão convergindo. “É a história mais exagerada do mundo tech de hoje”, diz Phillip Swann, presidente e editor da TVpredictions.com. “Simplesmente não é conveniente”.

Swann também não concorda que a programação de TV será jogada fora pelo fato de que as pessoas podem escolher o que querem ver e quando. “As pessoas gostam da rotina. Gostam de saber antecipadamente o que vai ao ar às 8 da noite”, ele diz.

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De acordo com a empresa de pesquisas Nielsen, mais de um terço de todos os assinantes da telefonia celular - cerca de 91 milhões de americanos - têm um telefone capaz de receber vídeo. Do total, 6% dos assinantes (14 milhões de americanos) pagam um plano para receber vídeo.

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