A partir de Roma, a comunicadora italiana Izabella Bruni, 27, procurava pelos quatro cantos do mundo uma cidade onde houvesse escolas que integrassem alunos, professores e comunidade em ações de educação e cidadania difundidas por meios de comunicação livre. Ela encontrou o projeto “Nas Ondas do Rádio” e teve a certeza: “eu só queria vir para o Brasil”.
Desenvolvendo parte de seu projeto de pesquisa em São Paulo, Bruni acompanhou a formação de alunos, professores orientadores de informática educativa (POIEs) e educadores nas salas de leitura da Rede Municipal de Ensino. O objetivo foi conhecer o trabalho de diferentes públicos interligados em uma rede educomunicativa altamente organizada – expectativa criada depois que ela conheceu o projeto pela internet, através do blog http://blogandonasondasdoradio.blogspot.com/. “Na Itália os projetos são pequenos e as escolas não têm grande conexão”, explica
O estímulo à cultura de paz por meio da educomunicação foi analisado por Izabella primeiro na cidade de Bari, sul da Itália. “As escolas de lá atuam no combate à violência da máfia local”, conta ela, que pretende comparar esse projeto ao de São Paulo. Entre as regiões visitadas por ela em São Paulo, estão Capela do Socorro (zona Sul) e Itaquera (zona Leste). A professora se surpreendeu com o que escutou – pois percebeu que a apresentação dos problemas da comunidade constitui um importante canal de expressão de alunos, professores, pais e amigos. “A escola é a primeira instituição que você encontra na vida e, se ela não te deixa falar, parece que o Estado também te impede”, analisa Izabella, otimista com o espaço de comunicação desenvolvido nas escolas da Rede pública paulistana.
Educação pelo rádio para o mundo
As atividades de educomunicação tiveram início na capital paulista em 2001, visando articular práticas de ensino por meio de diferentes formas de veiculação, como rádio, TV, jornal e internet. O projeto deu certo e se tornou lei municipal sancionada em 2005, o que incentivou o uso de recursos tecnológicos que aumentassem a participação da comunidade, em conjunto com a esfera pública, nas ações de prevenção de violência e de promoção da paz em áreas de alta vulnerabilidade.
Hoje, o blog “Nas Ondas do Rádio” tem comunicação com internautas de nove países: Inglaterra, Alemanha, Moçambique, Chile, Itália, Portugal, Dinamarca, Argentina e Cabo Verde. Assim como Izabella Bruni, outros 10 pesquisadores do Brasil e do mundo já freqüentaram algumas das 120 escolas de São Paulo que dispõem de rádios escolares. Dessas, cerca de 50 estão integradas pela internet, formando uma rede que incentiva a comunidade escolar na criação de blogs, jornais murais e podcasts, entre outras mídias.
Está formado um sistema que, de acordo com Izabella, representa um desafio na mudança das relações dentro e fora da escola – diminuindo a hierarquia entre professores, alunos, pais e outros participantes, já que todos fazem parte do mesmo posto: produtor da informação. “A relação se torna horizontal”, explica. “Falar, escutar, trabalhar junto, no mesmo nível, são coisas básicas da vida e isso é liberdade”.
Fonte: Portal da Secretaria Municipal de Educação
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Muito bom este artigo.
ResponderExcluirA interação entre todos os membros da escola e comunidade é fantática.
Quando você tem a participação da comunidade, na escola, você consegue todo o resto.
Acredito se mais escolas adotassem um projeto como este, terímos professores menos estressados e alunos mais aplicados.
Professora Rosecler