quarta-feira, 27 de maio de 2009

Escritores pela Alfabetização


A UNESCO editou esse ano, em português, o livro Alfabeto da esperança: escritores pela alfabetização, que reúne “textos curtos de mestres contemporâneos da palavra escrita que capturam as possibilidades ilimitadas do uso das habilidades de leitura e escrita. Várias práticas de alfabetização são apresentadas nesses textos inspiradores” (Prefácio, p. 7).

Participam autores de vários países, entre eles, Paul Auster, Nadine Gordime e Margaret Atwood. Os brasileiros Cristovam Buarque, João Ubaldo Ribeiro e Paulo Coelho também colaboraram.

O livro pode ser baixado/visto aqui.

Abaixo, um trecho do texto de Albert Manguel, chamado “Como Pinocchio aprendeu a ler”.

Li pela primeira vez As aventuras de Pinocchio há muitos anos, em Buenos Aires, quando eu tinha oito ou nove anos [...] a passagem do Pinocchio de madeira para o de carne e osso representava para mim uma busca tão apaixonante quanto a de Alice se esforçando para sair do País das Maravilhas ou a de Ulisses buscando encontrar sua bem-amada Ítaca. Com exceção do final: quando, nas últimas páginas, Pinocchio é recompensado com sua metamorfose em 'um belo menino de cabelos castanhos e olhos azuis', eu aplaudia e, no entanto, sentia uma estranha insatisfação.

Naquela época eu não sabia, mas creio que amava As aventuras de Pinocchio por serem as aventuras do aprendizado. A saga da marionete é a saga da educação de um cidadão, esse antigo paradoxo de um personagem que deseja entrar na sociedade humana comum esforçando-se ao mesmo tempo para descobrir quem ele é realmente, e não como é visto pelo olhar dos outros, mas em si mesmo."

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