quinta-feira, 24 de abril de 2008

Entrevista de Steve Wozniak

O jornal Folha de S.Paulo entrevistou essa semana Steve Wozniak, um dos pioneiros importantes da indústria do PC. Woz, como prefere ser chamado, criou, junto com Steve Jobbs, a Apple. Ambos estão na foto acima, tirada em 1975. Wozniak é o da esquerda.

O blog Circuito Integrado da FSP publicou em duas partes a íntegra da entrevista (aqui e aqui), que é bastante interessante.

Abaixo, algumas das afirmações de Steve Wozniak.

Tecnologia é como... Qualquer coisa que possibilite fazer coisas em menos passos. Ela basicamente poupa trabalho, poupa esforço. Ou poupa dinheiro para que ele possa ser aplicado de outra maneira.

[...]

Alguns dos obstáculos [ao desenvolvimento da tecnologia] eram o fato de que nós sonhávamos e projetávamos coisas 20 anos antes de ter recursos para construí-las. Então, por exemplo, nós sabíamos que um dia a memória nos permitiria ter uma música em um computador. Mas foi um longo tempo até que nós realmente pudéssemos bancá-la para colocar a música nela.
E o custo dos computadores ainda... O computador pessoal, mesmo sendo a principal tecnologia com a qual estamos familiarizados, muitas partes do mundo não têm nenhum. Elas não têm um uso para isso. O tipo de coisa em que o computador nos ajuda não se aplica tão bem a economias muito pobres.

[...]

A educação não tem sido aperfeiçoada como deveria porque nós ainda não temos software que se assemelhe a um ser humano. Um professor de verdade, um professor humano pode aprender características de um estudante, suas expressões faciais, a altura da voz. Muitas coisinhas que nós aprendemos somente com o crescimento. Nós sabemos como dar um significado especial, como ajudar os estudantes falando com eles mais claramente, mas o computador não pode fazer isso.
O computador simplesmente não pode... Ele não sabe se você teve um dia ruim, um computador não é amigável o suficiente para perguntar-lhe sobre seus irmãos, "como eles estão?". Então o computador é basicamente um livro escolar – claro, um livro melhor, por causa da interatividade. É como uma simples ferramenta para apresentar o seu material no papel e colaborar até certo ponto.

[...]

Acredito que as pessoas com os ideais mais elevados estão interessadas em código aberto, e são essas pessoas que têm as maiores motivações para colocar seus talentos tecnológicos para trabalhar em benefício do mundo. Elas têm um impulso interno que diz: "Eu quero tornar o mundo um lugar melhor, eu quero que as pessoas tenham mais". E elas são muito puras e muito distintas da ética comum nos negócios. É algo mais como uma ética pessoal, em que você é bom para outras pessoas, em vez de desejar uma situação em que você as controla e as trata como quiser para conseguir dinheiro. Então, basicamente, são pessoas muito puras que querem produzir algo melhor. Mas também não significa que elas sejam contra fazer dinheiro.

[...]

Aliás, o projeto One Laptop per Child (laptop.org), de Nicholas Negroponte, é uma boa iniciativa. E precisa ser em código aberto. Você não pode dar tecnologia para pessoas muito pobres e exigir que elas fiquem presas a uma determinada empresa.”
Postado por Richard Romancini

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