Lançado o ano passado, o documentário We Are Legion: The Story of the Hacktivists foi dirigido por Brian Knappenberger, que durante um ano frequentou salas de bate-papo na internet, para ganhar a confiança de membros do grupo Anonymous. Quem são esses integrantes de protestos globais pela internet? O que querem, com que estratégias e consequências? O documentário mostra respostas para questões como essas e, ao traçar a curiosa história do grupo (e de suas subdivisões internas), traça uma trajetória que se inicia quase por brincadeira, mas que ressoa no WikiLeaks e, finalmente, num movimento como o Occupy.
“Hoje em dia, boa parte da nossa vida está na internet, então é melhor começarmos a pensar como reivindicarmos parte da internet para protestarmos”, nota uma estudiosa do assunto em depoimento ao filme. Assim, pode-se notar que questões como a liberdade de expressão (e seus limites), as modalidades legítimas de contestação numa dada sociedade e o papel da internet no fluxo de informação que pode trazer transformações estão subjacentes à discussão, não conclusiva ou dogmática, proposta pelo filme. Ao dar voz aos “hacktivistas”, o documentário tem o mérito de contribuir para que eles sejam vistos como pessoas, como quaisquer outras, que resolvem agir politicamente por meio da internet, com motivações e atitudes -- por vezes polêmicas ou menos defensáveis --, mas que estão longe dos mitos que a mídia tradicionalmente elabora sobre os “hackers”.
+ Mais informações sobre o filme em reportagem.
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