segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Animando a segunda
Richard Feynman - Ode to a Flower



Em 1981, o físico Richard Feynman deu uma entrevista à BBC, falando sobre sua visão sobre a ciência (você pode ver esta entrevista legendada aqui). Num trecho, que serve de inspiração para o filme acima, ele nota que o conhecimento científico pode ser fonte de prazer e curiosidade estética. É uma defesa sagaz da ciência e do conhecimento quanto à acusação de que eles tornam as pessoas menos aptas a ver a beleza do mundo.

A tradução completa do trecho da fala de Feynman utilizada no filme é a seguinte:

Tenho um amigo que é um artista e às vezes adota uma visão com a qual não concordo exatamente. Ele irá exibir uma flor e dizer ‘veja como é bela’, e eu concordarei. Então ele diz: ‘Como artista posso ver o quão bela ela é, mas você como um cientista irá ver distanciadamente e a tornará uma coisa aborrecida’, e eu acho que ele é uma espécie de maluco. Primeiro, a beleza que ele vê está disponível para outras pessoas e para mim também, acredito. Embora eu não seja tão refinado esteticamente como ele é... Eu posso apreciar a beleza de uma flor. Ao mesmo tempo, eu vejo muito mais sobre a flor do que ele vê. Eu posso imaginar as suas células, as complicadas interações dentro dela, o que também têm certa beleza. Quero dizer que não há apenas beleza nesta dimensão, a um centímetro; também há beleza em dimensões minúsculas, a estrutura interna, assim como os processos. O fato de que as cores na flor evoluíram de modo a atrair insetos para a polinização é interessante; isso significa que os insetos podem ver a cor. O que adiciona uma pergunta: será que esse senso estético também existe nas formas inferiores? Por que isso é estético? Todos os tipos de questões interessantes relacionadas ao conhecimento científico só aumentam a excitação, o mistério e a admiração por uma flor. Isso só acrescenta. Não compreendo como subtraia.”

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