sexta-feira, 20 de julho de 2012

Educação e “entrega de conteúdo”

A Academia Khan orgulhosamente diz em seu site que ‘168.382.612 lições foram entregues’, algo que sempre me lembra do slogan que costumava acompanhar os arcos dourados do McDonalds: ‘mais de 200 bilhões servidos’. (Espero que) Nós saibamos mais do que equiparar os bilhões de Big Macs vendidos com bilhões de corpos saudáveis ou um mundo bem alimentado. Ainda que muitas vezes igualemos ‘lições entregues’ com a ‘aprendizagem’, como se a sua entrega, necessariamente, oferecesse uma nutrição intelectual substantiva.

É claro, a Academia Khan não é a única organização que se refere à conexão da educação e da tecnologia em termos de aumento do potencial de ‘entrega de conteúdo’.
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A entrega de conteúdo é um ato unidirecional. Pensemos no rádio, na televisão, nos livros didáticos e vídeos educativos. Uma entidade controla o conteúdo e sua distribuição; outras entidades são receptáculos, prontas para recebê-los, baixá-los, visualizá-los, marcá-los como lidos e depois de testá-los, gravá-los e regurgitá-los. Pensemos também na visão estereotipada do professor, em frente da classe ‘entregando lições’.

Nesta formulação, existe pouca ou nenhuma discussão ou investigação. Não há criação de conhecimento. O conteúdo é empacotado e entregue -- quer como um programa de computador ou como um desempenho em sala de aula.
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Isso não significa que a tecnologia não tenha lugar na educação. Ao contrário, a tecnologia pode melhorar as nossas capacidades, permitindo-nos construir coisas, explorar idéias e nos conectar com pessoas de maneiras novas e poderosas. Mas reduzir todo esse potencial para baixo como ‘entrega de conteúdo’ se assemelha um pouco ao fast food: barato, pouco saudável e insatisfatório.”

Acima, trechos de uma postagem do Hack Education (originalmente em inglês), blog de Audrey Watters. Vale a pena acompanhar também os comentários, onde alguns leitores colocam pontos de vista diferentes.

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