

'Bom dia!
Mas, bom dia mesmo!'
8 horas da manhã. A voz no rádio anunciava otimismo.
Tinha sotaque nordestino – e tratava de dar força aos distintos ouvintes.
Entre os quais, dona Iolanda, minha mãe.
Era Omar Cardoso, o homem do horóscopo, pelas ondas da Rádio Nacional, de São Paulo.
Às 18 horas. Pedro Geraldo Costa anunciava a hora da Ave Maria.
[...]
No intermeio disso tudo, ainda havia as novelas da Rádio São Paulo, com Gilmara Sanches e Ézio de Barros como protagonistas.
Folhetins de capa e espada narravam amores impossíveis.
Minhas irmãs, mais crescidinhas, deploravam:
-- Nossa, quanta choradeira, mãe. Como a senhora consegue ouvir?
Mas, eu – o caçula da família – ficava impressionado, com alguns detalhes.
Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó...
O mocinho chegava para resgatar a princesa das garras do pérfido vilão.
E eu a me perguntar:
-- Como conseguiram colocar um cavalo dentro da emissora?”
Trecho de crônica do jornalista Rodolfo C. Martino (íntegra
aqui).
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