segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Dias de rádio

'Bom dia!
Mas, bom dia mesmo!'

8 horas da manhã. A voz no rádio anunciava otimismo.

Tinha sotaque nordestino – e tratava de dar força aos distintos ouvintes.

Entre os quais, dona Iolanda, minha mãe.

Era Omar Cardoso, o homem do horóscopo, pelas ondas da Rádio Nacional, de São Paulo.

Às 18 horas. Pedro Geraldo Costa anunciava a hora da Ave Maria.

[...]

No intermeio disso tudo, ainda havia as novelas da Rádio São Paulo, com Gilmara Sanches e Ézio de Barros como protagonistas.

Folhetins de capa e espada narravam amores impossíveis.

Minhas irmãs, mais crescidinhas, deploravam:

-- Nossa, quanta choradeira, mãe. Como a senhora consegue ouvir?

Mas, eu – o caçula da família – ficava impressionado, com alguns detalhes.

Pocotó, pocotó, pocotó, pocotó...

O mocinho chegava para resgatar a princesa das garras do pérfido vilão.

E eu a me perguntar:

-- Como conseguiram colocar um cavalo dentro da emissora?”
Trecho de crônica do jornalista Rodolfo C. Martino (íntegra aqui).

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