quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

As rádios dos bolivianos em São Paulo

Clandestinamente, as antenas, os estúdios e o lugar no dial se instalaram na vida da cidade, mas desaparecem de tempos em tempos para driblar a fiscalização. [...]

As rádios também servem para unir esses estrangeiros. Na Meteoro, o locutor Efrain Garcia convocou os ouvintes a participarem de ato pela anistia dos indocumentados na praça da Sé. "Se você for jogar futebol no domingo e não participar, vai prejudicar todos seus compatriotas", advertia no ar, pedindo para seus ouvintes evitarem pelo menos em um fim-de-semana o divertimento preferido. [...]

Quando ligam para pedir uma música, os ouvintes aproveitam para mandar saudações para os amigos de outras oficinas, com nomes como Los Tigres de Vila Maria, Me Voy O Me Quedo ou Los Noveleros. Também tem os "saludos para mi jefe" (o chefe conterrâneo que comanda a oficina, que fique claro, não o contratista coreano que faz as encomendas e estabelece prazos curtos e pagamentos precários).

Por seu lado, os locutores pedem para que eles mandem abraços em quéchua e aimará, línguas indígenas faladas por lá. E também dizem palavras de incentivo ("feliz jornada de trabalho" ou o chavão "o trabalho faz o homem")."
O papel do rádio na manutenção de laços e de uma identidade cultural, no duro cotidiano dos bolivianos em São Paulo, em reportagem do UOL (aqui).

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