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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Repensando os MOOCs a partir da comunicação


Richard Romancini

Recente artigo da revista Slate apresenta o caso do estudante da Mongólia Battushig Myanganbayar, de apenas dezessete anos. Ele realizou com sucesso o primeiro curso massivo aberto online (MOOC) do MIT e acabou sendo contratado pela empresa que produz cursos para a internet edX. O interesse deste consórcio do MIT e da Universidade de Harvard era obter a visão dos estudantes, em particular daqueles que ainda não fizeram o ensino superior. A maioria dos concluintes dos MOOCs, contrariando as expectativas, já possui grau universitário.

A matéria traz uma série de dados interessantes sobre os percursos de aprendizagem deste estudante. Um deles relaciona-se a uma questão que inquietava os profissionais da edX: como Myanganbayar conseguiu realizar um curso avançado de circuitos e eletrônica não tendo a priori os pré-requisitos solicitados (entre eles, o conhecimento de equações diferenciais)? Ele explicou ter usado um quarto do tempo do curso buscando informações em outros espaços da internet para suprir suas lacunas de aprendizagem.

Isto reforça o quanto a web pode ser um espaço importante de aprendizado para que indivíduos altamente motivados aprendam de maneira autônoma. No entanto, as estratégias de Myanganbayar apontam para outra dimensão do aprendizado online, menos solitária, dependente dos conteúdos, e mais relacionada às interações.

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domingo, 11 de maio de 2014

Moocs: será que esse tipo de educação funciona?


Revista Galileu

William Palmieri, Guilherme Amaral, Gabriel Aguado, Bruno Araújo dos Santos e Artur André não são gênios. Mas foram os únicos, dentre 15 mil estudantes, a passar na prova final e receber o certificado de uma disciplina da USP em fevereiro. Não era seleção para astronauta, e sim aulas de física básica no primeiro curso aberto e massivo on-line (Mooc, na sigla em inglês) conduzido por uma universidade da América Latina. A taxa de aprovação baixíssima da iniciativa brasileira, no entanto, está longe de ser ponto fora da curva. Uma série de levantamentos recentes apontam que apenas 5% dos alunos conseguem certificado nessa modalidade de ensino, o que levanta uma questão importante. Será que esse tipo de curso, tão alardeado como jeito revolucionário de democratizar a educação, funciona?

No caso da iniciativa brasileira, houve problemas específicos. A prova final tinha de ser feita em uma única data e na capital paulista, o que afastou os estudantes: apenas dez deles apareceram para a avaliação. Só que isso não é justificativa para que, antes da prova, apenas 10% dos alunos tenha chegado ao fim das aulas.

Para os alunos que receberam certificados, não foi a dificuldade que deixou os colegas pelo caminho. Para o professor, tampouco foi o conteúdo. “Acredito que as aulas até ficaram melhores do que as presenciais. Dei mais detalhes, curiosidades, pensei em despertar o interesse de mais gente”, diz Vanderlei Bagnato, responsável pelo curso. O motivo da evasão é uma incógnita não apenas para a USP, mas para a imensa maioria das universidades mundiais envolvidas com os Moocs. Especialistas começam agora a sugerir que o problema pode estar no próprio formato.

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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Os MOOCs e o Brasil


Richard Romancini

Apesar das recentes notícias da oferta de cursos abertos massivos online (MOOCs) por instituições brasileiras, parece difícil que o formato ganhe maior relevância na educação brasileira, principalmente em associação ou complementação ao ensino superior, como tem ocorrido nos Estados Unidos. Os motivos para essa situação são variados, entre eles: a insuficiente demanda do ponto de vista interno e externo ao país, a infraestrutura tecnológica e a renda da população brasileira.

O primeiro aspecto (baixa demanda) se justifica, sobretudo, pelo número limitado de brasileiros que chegam ao ensino superior. A educação secundária ainda representa uma barreira para um acesso mais ampliado à educação superior. Os indicadores educativos de países membros da OECD recentemente divulgados (Education at a Glance 2013: OECD Indicators, OECD Publishing, 2013) mostram isto com clareza. Assim, dentre a população de 23 a 64 anos, o Brasil possui um índice de 43% de pessoas que ao menos ingressaram no secundário; nos EUA e no Chile esses percentuais são de 89% e 72%, respectivamente. Esta realidade impacta nos dados de ingresso no nível pós-secundário, que são nos Estados Unidos de cerca de 42% (68,9 milhões de pessoas) contra apenas 12% (11,7 milhões) no Brasil.

Na verdade, deficiências formativas acumuladas fazem com que mesmo parte dos estudantes brasileiros que atinge o nível universitário tenha dificuldades para conclui-lo. O ensino online e a educação a distância tendem a ser mais úteis a indivíduos com boa disciplina de estudos e base formativa – que inclui um nível de letramento digital adequado. Paradoxalmente, tais formatos exigem mais do aluno e não menos, como muitas vezes se pensa.

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Imagem: opensourceway (Meredith Atwater)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

REAs, MOOCs e EaD



O professor João Mattar entrevista Andreia Inamorato sobre REAs (Recursos Educacionais Abertos), MOOCs (Massive Open Online Courses), EaD (Educação a Distância) e outros temas, no vídeo acima.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

As críticas aos Moocs


Richard Romancini

Em artigo anterior, foram destacadas dimensões que parecem justificar o desenvolvimento dos cursos massivos abertos online (Moocs), no contexto dos EUA. Agora, é interessante mencionar as principais críticas que o formato recebe.

É possível dividir as críticas e questionamentos aos Moocs em dois grandes grupos, um que enfoca menos os cursos em si e mais a sua comparação com o ensino presencial, destacando o que podemos chamar de “externalidades” relacionadas com a formação e seus desdobramentos no sistema de ensino superior. Neste conjunto, podem ser destacados os seguintes pontos:
  • A qualidade diferenciada do ensino presencial na educação superior, capaz de proporcionar uma experiência significativa e prover os alunos de contatos e relações úteis em suas vidas;
  • A possível massificação e perda da diversidade cultural e educativa no ensino superior, a partir de uma ampla disseminação de Moocs;
  • A transformação da educação em “commodity”, com ênfase excessiva na quantidade e não na qualidade dos processos, ao que se associa um discurso fortemente ancorado no marketing educativo, por parte das instituições que promovem os cursos online.
O outro conjunto de argumentos críticos relaciona-se ao potencial intrínseco e às estratégias pedagógicas dos Moocs, e pode ser expresso em questões como:
  • O modelo pedagógico dos cursos;
  • A avaliação, o acompanhamento dos estudantes e as estratégias didáticas de maneira geral;
  • A maior dificuldade de planejamento dos cursos de humanas no formato Mooc;
  • O nível de exigência e a qualidade, aparentemente muito variável, dos cursos;
  • O potencial econômico e as questões de direitos autorais quanto aos Moocs.
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Imagem: opensourceway.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

MOOC: Estado de la situación actual, posibilidades, retos y futuro


O Observatorio de la Formación en Red - SCOPEO, da Universidade de Salamanca (Espanha), disponibilizou no mês passado um informe sobre os MOOCs (cursos massivos online). O trabalho, chamado MOOC: Estado de la situación actual, posibilidades, retos y futuro, possui três partes. Na primeira, os MOOCs são definidos e contextualizados, a partir de uma série de fontes de informação, que destacam tanto potenciais aspectos positivos (como a democratização do conhecimento) quanto negativos (como as altas taxas de abandono dos cursos). Na segunda, são apresentados dados e análises a partir de uma discussão com especialistas (que pode ser vista no vídeo abaixo). Por fim, a terceira parte apresenta um conjunto de trabalhos discutindo aspectos variados dos MOOCs.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

A febre dos Moocs e suas circunstâncias


Richard Romancini

Os cursos abertos online para vastos públicos, os Moocs (Massive Open Online Courses), muito comentados nos últimos tempos – em 2012, foi chamado de “o ano do MOOC”, numa matéria do final do ano passado do The New York Times –, possuem uma multiplicidade causal importante, derivada do contexto em que surgem. Espelham, ainda, uma realidade complexa, que mistura diferentes motivações. Enfim, como outros fenômenos sociais, eles não são apenas pretos ou brancos.

As principais fontes utilizadas para a discussão dessa ideia são duas excelentes reportagens, uma de Nathan Heller, “Has the future of college moved online?” (Será que o futuro da faculdade virou online?), publicada em maio passado no The New Yorker (há uma tradução aqui), e a de Nicholas Carr, “The crisis in higher education” (A crise na educação superior), da MIT Technology Review, de setembro do ano passado.

A origem das fontes nos informa o centro irradiador do debate, o que adiciona uma camada de significado importante: os Estados Unidos, país do Google, do Facebook, da Microsoft, e agora dos Moocs. A proposta destes cursos é polêmica, mas possui raízes socioculturais numa tradição que, se não remonta a Thomas Edison, pode ter nele outro exemplo significativo. Em outras palavras, trata-se do país da crença na inovação, tanto quanto possível alicerçada na tecnologia e na ciência, para responder a demandas sociais. Essa mentalidade é impulsionada por um ambiente competitivo. Não por acaso, houve um grande boom no ensino universitário por correspondência, a partir do desenvolvimento de um sistema postal eficiente, nos anos de 1920, nos Estados Unidos. Uma década depois, entretanto, o entusiasmo arrefeceu e as iniciativas se tornaram residuais. Alguns se perguntam se não será esse o destino dos Moocs.

Ao ler as duas matérias, é possível concluir que o principal vetor de impulso aos Moocs no ensino superior dos estadunidenses está relacionado a condições socioeconômicas. Outras três forças – ou lógicas, na medida em que representam ou desenvolvem argumentos em defesa desses cursos – envolvem aspectos ligados às tecnologias, ao movimento “open access” e a certas tendências pedagógicas (aspecto menos salientado nas reportagens). Estas lógicas podem se reforçar, mas também entrar em conflitos, conforme a direção dada ao empreendimento de educação digital massiva.

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Imagem: Opensourceway.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ideias - tradução
O futuro da educação superior será online?* (3/3)


Nathan Heller

“Posso facilmente imaginar uma grande instituição, como Harvard, com um grande e dinâmico arquivo, onde, mesmo depois que eu me for – não apenas me aposentar, mas vamos dizer realmente ir-me, quero dizer, morrer – aspectos do curso poderiam entrelaçar-se com gerações posteriores de professores e pesquisadores”, contou-me Nagy. “O próprio Aquiles diz, na Rapsódia 9, Linha 413: ‘Eu morrerei, mas essa história será como uma bela flor que nunca murcha’.”

Em Cambridge, quando o clima começa a esquentar, as fragrâncias retornam: primeiro, há um suave, leve aroma de terra e de nevoeiro; a grama regressa; e as árvores começam a florescer no pátio da biblioteca de livros antigos de Harvard. Jardineiros recolhem as folhas. Num dos primeiros dias quentes do ano, conheci Peter J. Burgard, um professor de alemão na Universidade de Harvard, na entrada traseira da Biblioteca Widener, onde ele mantém um local de estudo separado de seu escritório.

Ideias - tradução
O futuro da educação superior será online?* (2/3)


Nathan Heller

Quando as pessoas se referem à “educação superior” neste país, elas estão falando sobre dois sistemas. Um deles é de elite. Ele é feito em faculdades seletivas em que as pessoas ingressam – faculdades como Harvard e também como U.C. Santa Cruz, Northeastern, Penn State e Kenyon. Todas essas instituições deixam a maioria dos candidatos de fora, e todas elas perseguem uma comum, ainda que vaga, noção do que as universidades ambicionam significar. Quando as faculdades aparecem nos filmes, elas são verdejantes, pátios planejados com árvores em meio a edifícios georgianos ou góticos (ou georgiano-gótico). Quando os catálogos dessas universidades chegam pelo correio, com frequência parecem a mesma coisa. As possibilidades são: você irá encontrar um jovem byroniano lendo “Meditações cartesianas” num banco debaixo de um olmo, ou talvez seu romântico primo, um rapaz da Nova Inglaterra, com os cabelos desgrenhados, com uma mochila nas costas pendurada em um ombro. Ele está andando com uma encantadora e séria jovem, que aparentemente gosta de lenços, e, possivelmente, de Shelley. Eles estão sorrindo. Todo mundo está sorrindo. Os professores estão amigavelmente vestidos, com óculos no estilo Rick Moranis, sorriem, embora estejam trabalhando duro em uma grande mesa com um estudante ansioso, compartilhando um livro aberto e gesticulando como se estivessem pesando dois grandes frutos esféricos inteiros. As universidades são lugares especiais, acreditamos: jardins onde o povo escolhido escapa de suas vidas normais para cultivar a Vida Mental.

As universidades são lugares especiais: jardins onde o povo escolhido escapa de suas vidas normais para cultivar a Vida Mental
Porém, não é esse o tipo de educação superior que a maioria dos americanos conhece. A grande maioria das pessoas que têm educação além do secundário vão para as faculdades comunitárias e outras faculdades regionais não seletivas. A maioria dos que se aplicam são aceitos. Os professores de lá, dos quais nem todos têm doutorado ou obtêm apoio à pesquisa, podem parecer inquietos e atormentados. Os alunos também podem. Alguns frequentam a faculdade em meio período, fazendo malabarismos entre seu estudo acadêmico, a família ou trabalhos de período integral, e por isso a taxa de evasão e o tempo para conclusão é maior do que em instituições de elite. Muitas universidades são financiadas no limite, ou estão sob a fina camada de gelo dos comitês de certificação; há poucos pátios envolvidos. O curso muitas vezes prepara os alunos para profissões específicas ou habilidades necessárias. Se você quer ser treinado como um médico assistente, há um caminho para isso. Se você quer aprender a operar um espectrômetro infravermelho, existe um curso para mostrar-lhe como. Este é o braço populista do ensino superior. É responsável por cerca de oitenta por cento das faculdades nos Estados Unidos.

Ideias - tradução
O futuro da educação superior será online?*


Nathan Heller

Gregory Nagy, um professor de literatura grega clássica na Universidade de Harvard, é o típico acadêmico cortês que, perguntado sobre o futuro, vai começar a falar de Homero e de batalhas de um passado distante. Aos setenta anos, ele tem os olhos de uma coruja, um queimado nariz húngaro, e uma tendência a gesticular largamente com as palmas das mãos. Ele veste uma camisa branca e blazer escuro que substituíram o tweed como o traje da casta acadêmica. Seu cabelo, também branco, muitas vezes parece maltratado pelo vento de Boston. Enquanto alguns acadêmicos possuem um estilo sentencioso, Nagy estrutura suas longas frases com finas camadas de exposição. (“Há cerca de dez trechos e por trechos eu simplesmente quero dizer um texto selecionado, e esses trechos são destinados à leitura atenta, e às vezes eu vou estar me referindo a esses trechos como textos, ou passagens de foco, mas você sabe que eu quero dizer a mesma coisa e cada um deles requer leitura atenta!”) Quando ele fala fora da sala de aula, ele sufoca amigos e alunos com uma mistura de lisonja e louvor. “Obrigado, Adorável Kevin”, ele poderia dizer. Ou: “A Grande Claudia coloca isso tão bem”. Visto de um modo simples, ele poderia ser tomado por um proprietário de um antiquário: um homem tanto cheio do entusiasmo solícito quanto preocupado pelos clientes estarem ficando, talvez, um pouco perto demais de sua premiada cadeira Louis XVI.

Nagy não publicou nenhum best-seller. Ele não é um rosto constante na TV. Desde 1978, entretanto, ele tem ministrado um curso chamado “Conceitos de Herói na Civilização Grega Clássica”, e o curso, uma investigação da poesia, tragédia e diálogos platônicos, fez dele uma figura do campus. Uma vez que o entusiasmo de Nagy pelos textos homéricos é ilimitado, suas aulas refletem décadas de refinamento, e porque o curso é pensado para oferecer uma curva cumulativa suave (seu apelido no campus é Heróis para Zeróis), ele tem comumente enchido a sala 105, no Auditório Emerson, uma das maiores salas de aula de Harvard. As matrículas chegam regularmente às centenas.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O lado escuro dos MOOCs

Apesar do otimismo de muitos em relação aos MOOCs (os cursos abertos para grande número de estudantes na internet), existe também lugar para o ceticismo e a crítica quanto a esse formato. O infográfico (em inglês), abaixo, agrupa algumas das principais críticas a esse tipo de curso.

The Dark Side of MOOCs

Via Onlinecolleges.net.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A ascensão dos MOOCs

Ascensão dos MOOCs

Alguns dados sobre o crescimento dos cursos de tipo MOOC, no infográfico acima.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A sala de aula de 100 mil alunos (repostagem)



No vídeo acima, Peter Norvig comenta sobre a realização de um curso de inteligência artificial para 175 alunos de ensino regular em Stanford -- e para mais de 100 mil a distância via internet. O modelo aberto a distância aproxima-se do chamado MOOC (Massive open online course), um modelo que vem sendo discutido nos últimos anos para a educação on-line. O vídeo abaixo, com legendas em espanhol, fala sobre os MOOCs, procurando explicitar as principais características desse tipo de curso.

 

Postagem original em 02/07/2012.